sábado, 21 de maio de 2011

Repensando a prática docente: professor x educador

O mundo está mudando com muita velocidade, e nessa viagem, valores tão impregnados na nossa cultura parece não querer embarcar neste trem de alta velocidade, que se dirige ao futuro com uma bagagem ainda desconcertada,  e com um tempo de percurso muito pequeno para acomodar tudo na ordem correta ou pelo menos de forma organizada. Assim vejo a educação.  A formação dos professores ainda não conseguiu acompanhar os novos paradigmas da sociedade pós-moderna, e mesmo assim caminha a passos lentos tentando acompanhá-la.
       Acreditar que vivemos num tempo muito a frente daquilo que não fomos capacitados, gera desconforto e ambigüidade. O profissional da educação foi preparado para uma prática pedagógica muito teórica em tempos de poucas mudanças, em tempos de falta de liberdade, de falta expressão entre outros valores que apoiariam a sua profissionalização. Imaginar que muitas profissões estão desaparecendo é mero retrato da nossa modernização, onde o profissional é obrigado a se enquadrar em normas legais, tendências pedagógicas e em políticas governamentais criadas para atender “sugestões   de organismos multinacionais em função de financiamentos negociados a nível de Estado.  Aquele profissional que se dedicava a função com amor, com afeto, com a família, injetando ânimo em todos do convívio, hoje se perde pela correria do trabalho, muita das vezes enfadonhas, pois se vê obrigado a trabalhar mais horas para sobreviver com menos dificuldades.
       A apologia de Rubens Alves em “Jequitibás e Eucaliptos” retrata esta realidade da educação, Jequitibás nascem naturalmente no meio das vegetações não são como os eucaliptos que são formados com mudas especiais e capacitados para serem altamente produtivas atendendo uma necessidade do mercado capitalista. Professores são eucaliptos sim, são formados para atenderem uma necessidade das políticas governamentais ou das linhas didático-pedagógicas adotadas, sem liberdade de criação ou de expressão. Vivemos uma nova perspectiva onde o profissional deverá atender a uma multidiversidade de saberes, apresentarem um perfil extrovertido e uma criatividade muito avassaladora, como retrata o filme “A Escola da Vida”, onde um professor com este perfil consegue atrair a atenção não só dos alunos como também dos “professores” tradicionais que, de certa forma foram formados para serem eucaliptos e não Jequitibás.
       O Professor-educador é um demanda do mercado atual, onde as informações borbulham por todos os lados e há a necessidade de um mediador para filtrar essas informações e acomodá-las a seu tempo em cada lugar, de forma equilibrada, instigadora e geradora de novos questionamentos. Este profissional está em falta e mais do que nunca nos cursos de graduação que é a fonte geradora ou incubadora de novos professores-educadores, com novas visões e certamente novos paradigmas para esse tempo tão efêmero e tão conturbado dentro da Educação. As instituições de graduações certamente terão que buscar estas mudanças de imediato, caso contrário continuará a plantação de eucaliptos que certamente trará tempos difíceis na educação como um todo.

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